Bem vind@s ao Blog da Casa do Brasil- Argentina!

É com imenso prazer que inauguramos o nosso blog Casa do Brasil/Argentina. Aqui a ideia é compartilhar informações que não cabem nas salas de aula e no site da Casa do Brasil ou continuar discussões iniciadas nas salas de aula, dar um parecer para as atividades indicadas pelo site, acessar exercícios, ter conhecimento de projetos da Casa, dos professores e, principalmente, dos alunos.
Sejam bem vindas e bem vindos. A Casa do Brasil é sua! O blog da Casa do Brasil é seu!

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Casa dos Curtas

sábado, 3 de julho de 2010

City Tour em Português (Brasil: Questões Contemporâneas)

BUENOS AIRES EM PORTUGUÊS

Da esquerda para a direita: Alex Simões, Alejandro Kasanietz,
Luciana Hermila, Cristian Hurtado, Josefina Bullrich, Ariel Hepner

No “Brasil Questões Contemporâneas”, curso especial das noites de segunda, falamos de tudo. Lemos “A Cabeça do Brasileiro”, de Alberto Carlos Almeida, como ponto de partida, mas nos permitimos discutir e escrever sobre aquilo que nos toca, estudantes e professor, e isso inclui não só nossas opiniões sobre aspectos sociais e políticos do Brasil e da Argentina no âmbito do Mercosul, como também nossas experiências pessoais. Como em todos os grupos em que conduzo as aulas, temos uma lista de discussão, e foi através dela que Alejandro nos contou ter guiado pela primeira vez em português[1], e na aula seguinte nos demonstrou orgulho e alegria por seu feito. A partir de seu email repondi enviando links para alguns sites[2] com informações sobre Buenos Aires em português. E foi a partir dessa discussão que ocorreu a ideia de fazermos um city tour em Buenos Aires em português. Desse modo estaríamos praticando a língua-alvo e todos, principalmente o professor, estaríamos usando a língua em uma situação socialmente significativa, em coerência com a proposta da Abordagem Comunicativa Intercultural e do Ensino Baseado em Conteúdos.

Foi assim que nos vemos, em pleno domingo, às dez horas da manhã, na frente da pirâmide de Mayo. O trajeto ficará por conta dos principais agentes desse processo: Alejandro, Cristian, Josefina, Luciana, Ariel. De minha parte, creio ser suficiente narrar um pouco a experiência da perspectiva de quem aprende ensinando e ensina aprendendo. Ao mesmo tempo que eu revia uma cidade que conheço um pouco, complementando com conhecimentos do guia Alejandro, que é arquiteto de formação e especialista em Roteiros Culturais, e com os conhecimentos do nativo, íamos, a partir das questões que surgiam (na exposição dos guias e nas perguntas e complementações dos guiados) ia, na medida do possível, corrigindo, ajustando, trazendo novas expressões em português que pudessem traduzir a experiência riquíssima que estávamos vivendo.

Sobre a tradução e a correção possível, vai mais uma lição aprendida dos estudantes. É o próprio Alejandro que nos traz uma anedota sobre a impossibilidade de traduzir certos termos. Nos conta que, no Tigre, é comum ouvir guias fazendo tradução simultânea “para o pessoal do Brasil”, explicando o inexplicável ou o que dispensa explicação. “Río de La Plata” para o pessoal do Brasil, “da Prata”. E essa foi uma das anedotas que promoveu, à medida que as horas avançavam, o aprofundamento de uma cumplicidade num grupo muito especial. Um grupo que sabe o que quer e que se propõe a aprender da melhor forma: partilhando experiências.


Alejandro, O Guia

Como professor, posso dizer da importância de irmos para a sala de aula desarmados no sentido de não sermos extremamente rígidos com os conteúdos. Há que se abrir a cabeça e os sentidos para os que os estudantes nos têm a oferecer. Além disso, as ferramentas da web 2.0 (em nosso caso a lista de discussão e os blogs) proporcionam alternativas para a livre expressão dos sujeitos, considerando que o espaço da sala de aula tem suas limitações e tradicionalmente é um lugar de expressão restrita de nossas opiniões. E finalmente como um brasileiro em Buenos Aires, me sinto privilegiado por ter participado deste encontro, que terá um segundo momento no próximo domingo. Nunca trabalhei com tanto prazer num final de semana, porque de fato fui trabalhar por prazer: prazer de partilhar, prazer de aprender muito, prazer de ensinar um pouco que sei.


A turma e Peron

[1] “Quero compartilhar uma coisa que me aconteceu hoje:


Ligaram para mim, de uma agência, para fazer um city tour en espanhol. Vocês sabem que eu trabalho em inglês ou italiano, mas nunca em espanhol.

Me deram os nomes dos turistas, e para mim vinham da Espanha. Os sobrenomes nao me diziam a origem....mas eram todos brasileiros. Eles pagaram um city tour em espanhol....porque é mais econômico.....mas eu decidi  fazê- lo em português.
Hoje foi a primeira vez!!!! Foram 4 horas. Eles aceitaram minha proposta de me ajudar com o vocabulário. Aprendí muitas palavras da linguagem técnica dos guias...e todos ficamos contentes...muito contentes!!!!” (Alejandro Kazanietz, 21/04/2010, correio eletrônico em lista fechada para os estudantes desta turma)
Foi uma injeçao de portugês, que me deu até vontade de escrever!!!!!

[2] http://www.bue.gov.ar/audioguia/# http://estatico.buenosaires.gov.ar/areas/turismo/imagenes_guias/guia_bsas_portugues.pdf http://www.buenosaires-sem-segredos.com/



um abraço,

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